21 agosto, 2025

Na pausa do estudo

olhando algumas fotos por aí e lembrando de tempos distantes

eu descobri que certos sorrisos atuais de outros em cenários bonitos que não são meus

são mais tristes que à época em que estive sozinha em vários aspectos e por longo tempo

uma época sombria e dolorida diferente de hoje embora o agora não seja maravilhoso 

e apesar de alguns momentos de muita melancolia e noutros, às vezes, de euforia 

ainda assim sou alegre de verdade quando sou 

e sou feliz de verdade quando estou 


máscaras eu só uso no teatro e às vezes diante do juiz

e até pode ser que literalmente eu faça uma 

mas será apenas por pura arte

nunca "só menti" do verbo mentir


a profundidade pode te levar a uma louca depressão de fato

mas essa depressão sempre será menor do que a superfície 

quem disse que o raso não te afunda? 

o que seria insano de verdade? 


19 junho, 2025

Estrelas e "Telefonemas"

 Quando a noite vem e as cortinas do céu se abrem

quando as estrelas aparecem visíveis mas em pontos tão distantes

eu fito o olhar em uma delas e te mando um “oi”

a energia deste nosso cordão de trocar mensagens não é elétrica

e por ser de amor ela resiste e nos mantém ligados

brinca com o tempo e chora por algumas horas

alcança outros planetas e atravessa dimensões.

 

Quem me vê olhando às estrelas deduz que seja por grande contemplação

sequer imagina que "peguei o telefone" para te dizer “alô”.




17 junho, 2025

No palco com Satiro

Nesse tablado em que piso, às vezes têm muitas pessoas no mesmo estrado ou apenas assistindo. Alguns batem palmas, outros te vaiam e outros não dizem nada, sequer te notam. 

Tento um piloto: eu mesma escrevo, dirijo, interpreto e mergulho, como agora! 

Eu até gosto quando não existe ninguém nesse palco e tampouco sentados em poltronas, cadeiras frágeis, banquinhos ou no chão, porque fica mais leve poder errar e sem dedos apontados para você  já não bastasse eu em minhas autopunições. Aos poucos me liberto em alguns momentos de solitude, não de solidões amargas. 

Às vezes o foda-se é tão aliviador, contudo, nem sempre possível. Não é por mim, mas por outros. Estresse elevado me faz cair profundamente. Não saber frustrar, ainda mais. 

Faço experimentos em mim, me estudo intensamente, cuidando de feridas e as arrancando também. Dias alegres, ensolarados, risonhos, uma espécie de comédia romântica; noutros, um verdadeiro abismo, excessivo drama com muita chuva, dias cinzentos sem sol algum de rápida passagem, temperatura abaixo de zero grau, que parece não ter fim, até que surge uma faísca de sol e o céu vai clareando. O nome disso são efeitos reais de minha peça misturada com projetos latentes, vivos e tantos outros esmorecidos, mortos em minha mente e outros me cutucando, como se até agora eles existissem ainda que em pouquíssimos batimentos cardíacos e de respiração muito escassa. 

Ele tinha razão em certas coisas e confesso que me descobrir errada é bom, mas, noutras ele errou bruscamente. Eu estava certa em minhas conclusões, nos caminhos em que quis percorrer e estou, e naqueles que precisei escalar sem querer. Ainda existem outras situações em que ambos erramos (muito). 

Entro no laboratório, equilibro, desequilibro, aprendo e saio, aprendo e saio, aprendo e saio. Ele saiu. 

06 abril, 2025

Certas memórias são tão vivas

como o sangue que circula pelo corpo

por isso as conto.


Tenho motivos de sobra para escrever sobre mim 

sobre os outros

e tantas outras coisas a mais.

27 março, 2025

Ponteiros do relógio

Não tenho tempo 

para perder o tempo 

a cada ano um tempo a menos

o tempo irá me assoprar 

o tempo irá me ver morrer

mas ainda é tempo de viver.