Francisca limpa o chão que ela pisa,
que eu piso,
chão de nosso trabalho.
Lourdes limpa a privada que ela usa,
que eu uso,
são os vasos sanitários da universidade.
Francisca fala de Clarice,
gosta do Machado,
e tem sempre um livro em mãos
feito cajado.
Na juventude escrevia poesia
disse que teve a vida sofrida
mas que os versos
sempre lhe trouxeram alegria.
E dona Chica
diz que o dinheiro é curto
mas não perde um teatro
pois peça gratuita tem lá no Céu
e ela assiste sempre com o seu
querido marido Dirceu.
Quando me encontra
atrás de um galpão
Francisca traz a cena do palco
em seu olhar
e rapidamente compreendo
que o cenário real de Chica
deveria ser em outro lugar.
Já a senhora Lourdes
canta em qualquer banheiro.
Dia destes estava eu
concentrada na urina
e de repente alguém entra
cantando Elis Regina.
E como tenho a curiosidade feito heroína
quis logo saber o que mais aquela pessoa cantava
fazendo faxina.
-Ah minha fia, aqui é Tim Maia, Rita Lee, reggae, forro,
e digo ainda mais prucê que qualquer coisa eu canto e danço,
porque é feito terapia que afasta a tristeza da vista da gente.
- Mas do que você gosta mais?
- Ah...eu gosto mesmo é do Beethoven!!!
- Então a senhora curte música clássica?
( meus olhos brilharam e o sorriso dela alargou)
- Opá ...é minha preferida, moça!!!
27 maio, 2014
24 maio, 2014
- Silêncio!!!
No fundo do mar ninguém fala, a gente escuta, a gente é mudo, a gente aprende.
Fiquei um tempo no fundo do mar pra escutar o que não ouvia, tive que calar.
Vi peixes, tubarões, anêmonas...
Uns amigos, outros inimigos e outros camaleões.
Tudo refletido em mim,
olhei pra dentro e vi
olhei pra fora e vi também,
- me vi!
E não se fala, não se fala, não se fala...a gente só escuta, vem a correnteza - um golpe nos leva, a maré sobe, a maré baixa, cardumes aparecem, baleias abrem a boca e a gente observa.
Subimos,
na superfície retiramos o oxigênio pelas brânquias
e depois descemos
bem lá no fundo
onde o azul é negro
onde tem bicho e não vejo nada
e também sou bicho
trocando de mudas.
Passar o tempo
não é passatempo
passei pra ouvir o que não ouvia
pra me conhecer
olhar praquilo e compreender
leva-se tempo para amadurecer
tempo pra deixar o som entrar e se transformar em você
ou deixar ele sair e ecoar
porque geralmente ele escapa e ficamos sem entender.
Escapa porque a gente fala demais.
Escapa porque a gente não vê nem peixe e nenhum outro ser que ali esteja.
E escapa principalmente porque nem conseguimos nos perceber.
Na água só escuto e vejo,
reflito,
reflexão.
OSTRA FELIZ NÃO FAZ PÉROLA
Pergunta pro poeta
se o que ele sente é uma reta
ele não diz porque escreve
ele sente e por isso escreve
toda aquela maravilha por qual se apaixona o leitor
poesias que se colocam em cartas de amor
que se recitam
que compartilham.
Mas quase ninguém sabe
o que se passa no peito do autor.
Pro leitor muitas vezes é colorido
é estação de verão voltando à primavera
se o que ele sente é uma reta
ele não diz porque escreve
ele sente e por isso escreve
toda aquela maravilha por qual se apaixona o leitor
poesias que se colocam em cartas de amor
que se recitam
que compartilham.
Mas quase ninguém sabe
o que se passa no peito do autor.
Pro leitor muitas vezes é colorido
é estação de verão voltando à primavera
no entanto,
às vezes pro poeta é sempre cinza
é sempre frio.
É um doce que se fez do amargo.
É o coração da ostra cheio de magoa
que se fez pérola
e a madame nem sabe
às vezes pro poeta é sempre cinza
é sempre frio.
É um doce que se fez do amargo.
É o coração da ostra cheio de magoa
que se fez pérola
e a madame nem sabe
que aquele colar tão caro e cobiçado
é fruto de grãos que causam dor.
Ostras liberam substâncias
agrupam partículas que incomodam
que machucam
poetas não são diferentes.
é fruto de grãos que causam dor.
Ostras liberam substâncias
agrupam partículas que incomodam
que machucam
poetas não são diferentes.
18 maio, 2014
Balanço do mar
Com o tempo tantas coisas passam
Com o tempo tantas outras coisas são
O que era belo já não tem mais graça
E o sincero foi jogado as traças.
Então a cena já não é a mesma
E as pessoas entram, ficam e vão
E a gente se compõe de espaços
Entre mudanças e recordações.
E quando o sino bate eu sei que é hora
A roda vem e muda toda a história
Gira, gira, gira a cada aurora
Faz que vai-se embora
Porém não vive o agora
Pra que vejamos que é ventilador
De apertar o botão e retirar o calor
De apertar o botão mas não retalhar a dor.
E os dias ficam desta forma
A gente ri mas também um tanto chora
É feito onda que vive na memória
Você dorme e sente ela passar
E depois que acorda
Vê que está em outro lugar.
Com o tempo tantas outras coisas são
O que era belo já não tem mais graça
E o sincero foi jogado as traças.
Então a cena já não é a mesma
E as pessoas entram, ficam e vão
E a gente se compõe de espaços
Entre mudanças e recordações.
E quando o sino bate eu sei que é hora
A roda vem e muda toda a história
Gira, gira, gira a cada aurora
Faz que vai-se embora
Porém não vive o agora
Pra que vejamos que é ventilador
De apertar o botão e retirar o calor
De apertar o botão mas não retalhar a dor.
E os dias ficam desta forma
A gente ri mas também um tanto chora
É feito onda que vive na memória
Você dorme e sente ela passar
E depois que acorda
Vê que está em outro lugar.
14 maio, 2014
Quarta-feira
A lua fica cheia
para ficar nua prateada.
De longe nos guia pela rua
e nos acompanha na calçada.
Se olho para cima
fico sob efeito de hipinose.
Confesso tudo
ela consegue penetrar
em meu mundo.
04 maio, 2014
SUA IDENTIDADE
Faça da vida o melhor
Faça aquilo que gosta
Que não cala
Que se amostra.
Dançar poesia
Beber um tango
Escrever um vinho
Cantar na cama
Vestir-se nu.
Tomar um porre de energia
E um energético de sorriso
Vibrar com o sol
E se embelezar com a lua.
Pela manhã descansar na rua
Caminhando descalçado
No que seja barro
Passar por cima dos portões
Que tenham cadeados.
Doer e não usar morfina
Sentir a dor que te impulsiona
Fazendo todo sentido
Te deslocando para outro caminho
Em direção da descoberta do eu.
Do que te nutre
Do que você é
E do que você quer.
Ter um currículo em que você aprove
Em que você decida
Ser o empregador e o empregado de ti mesmo
E neste ritmo meu camarada
O grande lucro é a felicidade.
Faça aquilo que gosta
Que não cala
Que se amostra.
Dançar poesia
Beber um tango
Escrever um vinho
Cantar na cama
Vestir-se nu.
Tomar um porre de energia
E um energético de sorriso
Vibrar com o sol
E se embelezar com a lua.
Pela manhã descansar na rua
Caminhando descalçado
No que seja barro
Passar por cima dos portões
Que tenham cadeados.
Doer e não usar morfina
Sentir a dor que te impulsiona
Fazendo todo sentido
Te deslocando para outro caminho
Em direção da descoberta do eu.
Do que te nutre
Do que você é
E do que você quer.
Ter um currículo em que você aprove
Em que você decida
Ser o empregador e o empregado de ti mesmo
E neste ritmo meu camarada
O grande lucro é a felicidade.
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